domingo, 26 de dezembro de 2010

afinal de contas

Acorda, senta na cama e imagina o longo dia que tem pela frente. Não tinha vontade de nada, não tinha tempo hábil, não tinha vontade, mas tinha desejo. Um desejo que entragara em seu corpo, um desejo desconhecido acompanhado pela simples vontade de ter. Era contraditória, mas ela só sentira o que seu corpo sentira. 
Tomou um gole de café e jogou-se seu corpo no sofá, naquele momento era o melhor lugar de toda a casa. Não pensava em mais nada, não queria mais nada além de ficar na sua doce companhia.
Desligara o celular, não queria falar com mais ninguém. Desmarcara todos os compromissos pelo simples fato de ficar na sua companhia. O que ela realmente quer? O que essa pobre criatura deseja nesse exato momento? 
Nem ela mesmo sabe, quase nunca sabe...ou finje não querer saber.








"Eu quero colo, um berço, um braço quente em torno do meu pescoço, uma voz que cante baixo que pareça querer me fazer chorar. Eu quero um calor no inverno, um estravio morno da minha consciência e depois em sumo. Um sonho calmo, um espaço enorme como a Lua rodando entre as estrelas"

(Maria Bethânia - Eu Quero Colo)

sábado, 25 de dezembro de 2010

O que será?

Os dois estão presente no mesmo lugar, mas seus corpos não estão. Eles se desejam, se querem...mas o momento não é propício para tal acontecido. Eles tem medo? Não, eles sabem esperar. Talvés, esse não seja o momento, talvés esteja acontecendo rápido demais. Rápidos? Sim, rápido por esse momento.
Apenas os corpos, o desejo, o sexo. Só sexo? Eles os querem como antes não os queriam. A amizade continua como a bela base da convivência, mas os corpos os querem como o lindo prazer de ser, sentir e agir naquele lindo momento.


"Me deixa louca
É só beijar tua boca que eu me arrepio,
Arrepio, arrepio"
(Maria Rita - Num Corpo Só)
 




sexta-feira, 19 de novembro de 2010

olhosqueveemoinfinito

Os olhos que veem são os mesmos olhos que sentem? És a dúvida que paira nas entrelinhas abraçadas pelo embaraço e do amargo gosto dilatado de não ver.
Ser além do óbvio e do medo de querer descobrir o que possui atrás da janela do horizonte. Pelo visto, nada teria além de inserir em seu esboço aquilo que desejava. Não vai ser aquele resquício da vontade terminante de não ir que vai fazê-la mudar.
Aqueles olhos descobrindo o mundo a fez desejar ir além. O infinito era logo ali.
Ela queria, ela queria, ela queria...
Tão pouco o olhar penetrante lhe aflingia, ela queria mais. Sentira estranheza na profundidade dos meios tentando-a confundi-la, mas ela queria ir além. A janela estava aberta e o que aflingia era não poder ver aquele horizonte transgredindo o mundo. A janela que via o infinito.
A janela que a fazia sentir coberta de plenitude.

domingo, 31 de outubro de 2010

Talvez o quê?

Talvez aquilo, talvez isso...
Talvez a maior preocupada que entrara na sua mente era a de ficar calada. Ela temia dizê-lo a verdade, ela teria medo de soar como grotesco. Ela não queria ser rude.
Oras, fale a verdade não minta para você, dizia sua consciência.
Ele era teu amigo assim como os outros, mas ela desejara que ele sumisse por um período e não mais atormentasse com as suas palavras xulas. Ela não suportara ouvi-lo.
Algumas vezes a desejou, mas esse desejo era remetido a pura imaginação que não cabia na realidade. Quando dava-se conta de si sabia que era tudo engano.
Agora ela está vivendo os talvez que encontrara pela frente. O medo de machucar-se e machuca-lo com as tuas palavras sangrentas e grotestas, palavras que doem. A verdade que dói. 








"Por mais que eu tente são só palavras..."
(Mariana Aydar - Palavras não Falam)

sábado, 9 de outubro de 2010

[ser] só


Pensa, pega, prova.
Sente, solta, surta.
Rola, rosca, reza.
Chora!
Somi, soma, sai.
Chora!
Chora!
Chora!
Canta, vibra, pula.
Chora!
Vazio, sozinho, feliz.
Feliz?
[in]feliz.
Ser, viver, sentir, sumir,
Distrair.
Ir.

sábado, 2 de outubro de 2010

ficar em si, em ti

Hoje tudo foi a favor dela ficar com a sua própria companhia. Ligou o computador, viu os e-mails, acessou alguns sites, leu sobre política. Ficou acompanhada da música suave que enchia seu coração de amor, ternura. 
Algumas pessoas sentem-se isoladas quando ficam sozinhas, ela gostara. Na maioria das vezes preferia isso, sua companhia.
Enquanto ela se deleitava da música singela que ouvira, ele do outro lado falava do amor que sentira. Da vontade de tê-la, da fome insaciável da tua presença. Ela sentiu-se culpada por estar ausente, por não conseguir encontra-lo. Era tudo culpa dela!
Era assim a tua vida, cheio de devaneios. Ela tem medo do amor, medo de se entregar e ser feliz com ele. Ela tinha medo, ela tem medo, ela é medo.
As palavras suavizadas pelo doce prazer de fazer-se apaixonante, pela necessidade de saber que alguém precisa amá-la da mesma forma. Ele é assim, doce, sublime, amável. E ela rude consigo mesmo.
Agora ela esta assim, sozinha. Apenas com a companhia das notas tocadas no silêncio impregnado do seu peito.




"A casa da saudade é o vazio
O acaso da saudade fogo frio
Quem foge da saudade
Preso por um fio
Se afoga em outras águas
Mas do mesmo rio."
(Saudade - Maria Bethânia)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ocultar



Os meus desejos (in)controláveis de possuí-lo, de tê-lo novamento. Do gosto da sua sálica doce em meu corpo.
(In)controlavemente (in)controlados.
Pelo afago das suas mãos, do toque condizendo os desejos ocultos, escuros pela noite fria.
Em movimento, tê-lo.
A caminho (des)conhecido, da estrada amarga até a chegada.
Tê-lo era perdê-lo pelo medo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

despir de si

Se entregar pelo cansaço, pelo afago que nele estara disponível. Faziam mais de um ano, o melodrama continuava com o mesmo gosto singelo. Ele venceu, conseguiu tê-la nos seus braços.
Despi-la, tocá-la, senti-la. 
Os pensamentos mais sórdidos sussurados no seu ouvido, ressovam como melodias (im)próprias. Ela não o desejava como ele. Ela só o queria por uma vez. Mas ele venceu, venceu pelo prazer de lutar e conquistar.
Os corpos entrelaçados pelos braços, pela boca, pelo cheiro e pela palavra - ora doce, ora amarga. Pela sensação de possuir.
Acompanhados pelo compasso de ir e vim, vim e ir. 
Seguir, seguir, seguir...
Tê-la?
Era o principio, da metade até o fim.
A nota tocada pelos dois possuia uma oitava acima do normal. A melodia era estranha, desconhecida e intensamente deliberada pelo gosto adocicado da música. 
Ele a quer, ele a deseja, ele ama?
Ele a quer na cama*.






*P.S. selecione a partir da 'última' frase.







quinta-feira, 23 de setembro de 2010

cruz ou espada?

Estava tudo certo, a ansiedade estava culminando-a desde a primeira notícia. Foram dias sonhando, desejando que chegasse o tão esperado momento. A primeira parte foi difícil, temente que tudo o que desejara não fosse realizado. Mas ela conseguiu, foi a batalha, venceu.
Surge de repente como um raio assustador e inovador. Ter o mesmo sonho por duas vezes é privilégio. Lutarei e conquistarei mais uma vez, ela pensou. Conseguiu de uma forma muito árdua, sofrida. Mas para se obter a vitória precisa passar primeiramente pela derrota.
Ela seguia seus dias com a simplicidade. Trancos e barrancos, sorrisos e lágrimas. Mas meio a calmaria surge a tempestade.
Receber uma notícia (des)agradável não fazia parte dos seus planos. Sair, sorrir, curtir... não estavam em seus planos para aquele momentos.
Mas o que fazer? Desistir? Correr? Fugir? Ir?
Ir?
Para que lado?
O oposto?
Sem contrapontos?
Aconselhar-se, era o que ela precisava.
Me ajudem, expressava. A resposta obtida talvés (não) fosse a qual mais desejava.
Ela desejou fugir, suas mãos tremiam, sua fase mudara.
Dessa vez a escolha foi tomada. Será que foi preciptada? Ela não sabe responder, teme se arrepender de (não) ir, de ter tomado um caminho sem se permite.
Ao menos ela terá uma vitória, uma glória de sentir, cantar, chorar, sorrir.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Primavera, flores secas*

Numa noite qualquer, em um momento qualquer. Eles se encontraram.

Os olhares se cruzam, mas se afastava de medo, receio. Fazia muito tempo que não se encontravam não se viam. A vida de ambos tinha tomado um rumo diferente, mas naquele instante, milésimos de segundo, desejaram que tudo voltasse como antes.

As palavras ressoaram como desculpas e cheia de afetos, acompanhados com gestos ásperos e amargos. Os gestos, as maneiras continuavam singelos e completos de amor, mas o medo de dizem sim era intenso.

Foi assim que eles passaram os dias, cheios de amor oprimidos dentro de si. Com vontade de dizer palavras bonitas e de sorrir, com vontade de beijar-se, tocar-se.

Aquele estranho sentia que os dois eram feitos um para o outro, sentia a intensidade do olhar. Mas eles continuavam negando, assim como se nega ao diabo das coisas travessas que aprontam. Negavam de maneira descarada, negavam a vontade de se amarem.

Eles continuam. Afastados, oprimidos, mentindo para si mesmo a verdadeira vontade de serem somente eles.

Os dias estão se passando e continuam caminhando na direção escolhida. Ela lembra, sonha, deseja. Ele continua olhando-a da mesma forma carinhosa e afetuosa.

Eles?

Continuam sempre a mentir...


(*)Primavera, flores secas - Título cedido gentilmente por Bartô

domingo, 19 de setembro de 2010

Sofrer é...

Não ter nem sempre é sofrer,

Saber viver e ir,

Seguir e partir.

Sofrer é dividir,

Sair de si.

Correr,

Fugir,

Seguir.

Sofrer é escolhe

É viver

E sorrir.

sábado, 18 de setembro de 2010

Tinge*


Atingir o inatingível, sem medo de ir além
Saber se irá dar certo, enfrentar e gritar o nome de alguém
Poemas, farpas e palavras,
aquelas que não interessam a ninguém
EM?
ser além...
[des] configurar,
pintar,
verbalizar,
originalizar.




"Tudo o que toco me tinge"

* Giana Viscardi - Tinge

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

delírios



Quando ele pronuncia uma palavra seus ouvidos enchem de afeto. Seu charme, sua dança, seu sotaque te transporta para um mundo desconhecido e a faz imaginar cenas imaginaveis.
Ele não sabe, mas a faz feliz.






* Poste dedicado ao show de Otto na Concha Acústica em Salvador

domingo, 12 de setembro de 2010

ter de ser



A palavra mais comentada ultimamente é VIVER.
Cheio de devaneios e sem medo de ter que existir e sentir o que realmente tem que ser. O vento que sopra no rosto, as palavras pronunciadas, a lágrima que escorre de felicidade e aquela nostalgia de sempre.
Aprender a viver e se deixar viver tem um significado diferente dos outros. Tem gosto de doce e amargo e um odor, as vezes, insuportável. Mas tem sido assim. Vivendo e aprendendo, como diz o ditado. Não sei até quando isso irá durar, mas estou vivendo (IN)tensamente.
Com beijos e abraços e amassos vou seguindo adiante e sendo, sendo, sendo...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Aniversariante


Traduzir na idade um gesto singelo.
Amadurecer, crescer, sentir a vida e aplaudi-la.
Idade?
Desconhecida.
A moda é ser feliz,
Viver
P L E N A M E N T E.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Porque sim...


Mais uma vez retornando com o blog... A escolha do nome não foi difícil, os momentos vividos transgruide para que o nome seja exatamente esse. Ao decorrer das postagens o quebra-cabeça será montado e desmontado diversas vezes, a compreensão será de acordo de cada interpretação.
Sejam bem vindos e se deleitem as (des) construções de pensamentos!


"
A palavra é o meu domínio sobre o mundo."
Clarice Lispector