domingo, 31 de outubro de 2010

Talvez o quê?

Talvez aquilo, talvez isso...
Talvez a maior preocupada que entrara na sua mente era a de ficar calada. Ela temia dizê-lo a verdade, ela teria medo de soar como grotesco. Ela não queria ser rude.
Oras, fale a verdade não minta para você, dizia sua consciência.
Ele era teu amigo assim como os outros, mas ela desejara que ele sumisse por um período e não mais atormentasse com as suas palavras xulas. Ela não suportara ouvi-lo.
Algumas vezes a desejou, mas esse desejo era remetido a pura imaginação que não cabia na realidade. Quando dava-se conta de si sabia que era tudo engano.
Agora ela está vivendo os talvez que encontrara pela frente. O medo de machucar-se e machuca-lo com as tuas palavras sangrentas e grotestas, palavras que doem. A verdade que dói. 








"Por mais que eu tente são só palavras..."
(Mariana Aydar - Palavras não Falam)

sábado, 9 de outubro de 2010

[ser] só


Pensa, pega, prova.
Sente, solta, surta.
Rola, rosca, reza.
Chora!
Somi, soma, sai.
Chora!
Chora!
Chora!
Canta, vibra, pula.
Chora!
Vazio, sozinho, feliz.
Feliz?
[in]feliz.
Ser, viver, sentir, sumir,
Distrair.
Ir.

sábado, 2 de outubro de 2010

ficar em si, em ti

Hoje tudo foi a favor dela ficar com a sua própria companhia. Ligou o computador, viu os e-mails, acessou alguns sites, leu sobre política. Ficou acompanhada da música suave que enchia seu coração de amor, ternura. 
Algumas pessoas sentem-se isoladas quando ficam sozinhas, ela gostara. Na maioria das vezes preferia isso, sua companhia.
Enquanto ela se deleitava da música singela que ouvira, ele do outro lado falava do amor que sentira. Da vontade de tê-la, da fome insaciável da tua presença. Ela sentiu-se culpada por estar ausente, por não conseguir encontra-lo. Era tudo culpa dela!
Era assim a tua vida, cheio de devaneios. Ela tem medo do amor, medo de se entregar e ser feliz com ele. Ela tinha medo, ela tem medo, ela é medo.
As palavras suavizadas pelo doce prazer de fazer-se apaixonante, pela necessidade de saber que alguém precisa amá-la da mesma forma. Ele é assim, doce, sublime, amável. E ela rude consigo mesmo.
Agora ela esta assim, sozinha. Apenas com a companhia das notas tocadas no silêncio impregnado do seu peito.




"A casa da saudade é o vazio
O acaso da saudade fogo frio
Quem foge da saudade
Preso por um fio
Se afoga em outras águas
Mas do mesmo rio."
(Saudade - Maria Bethânia)